Um brinde especial

Sagrada FamiliaAs comemorações de fim de ano são um dos períodos mais bonitos que os povos festejam. As coisas ganham mais cores, mais magia. E uma vontade enorme de praticar a solidariedade toma conta das pessoas.  É tempo de celebrar o nascimento de Jesus.

Mas o Natal faz sentido  mesmo para quem acredita em Jesus Cristo. Para quem não acredita é apenas um dia de festa como tantos outros.

E pode não acreditar em Jesus Cristo? Sim. Até porque a fé é uma experiência pessoal e intransferível.

Mas isso não significa desrespeitar a crença e a fé daqueles que optam por celebrar a tradicional data do nascimento de Jesus Cristo.

Eu aprendi sobre Jesus Cristo ainda na infância, quando minha mãe explicava o simbolismo do presépio na época natalina e a fuga da família de Nazaré para livrar o menino Jesus das mãos sanguinolentas de Herodes.

Depois, mais crescida, apaixonei-me pelos livros que compõem a Bíblia. E fui aprendendo mais sobre a vida de Jesus, anunciada com tanta força no livro de Isaías, e narrada pelos quatro evangelistas Mateus, Lucas, Marcos e João (que não é o Batista).

Ele viveu nesta terra por 33 anos. Mas hoje, 2020 anos desde seu nascimento, continua presente na vida de cada um que tem fé. E por incrível que pareça, também na vida de muitos que se dizem incrédulos, pois buscam um jeito bom ou mal de falar de Jesus. E haja versões para distorcer as narrativas dos evangelistas, mesmo sem nenhum fundamento.

E se essas especulações escarnecedoras e difamatórias a respeito de Jesus atiçam a curiosidade daqueles de pouca ou sem nenhuma fé, por outro lado, insultam aqueles que aprenderam a amá-lo por sua infinita bondade e cuja preocupação maior, em toda a sua trajetória descrita pelos quatro Evangelistas, foi o bem da humanidade.

E no meu caso, digo que seus milagres, sem dúvidas, me impressionam. Mas foi o jeito manso e justo, carregado de amor ao próximo, que mais me atraiu em meio aos ensinamentos de Jesus.  E desde então não passo um dia sem trocar uma palavrinha com Ele, pois é meu ‘Conselheiro Admirável, Deus Forte e Príncipe da Paz’ (Isaías 9).

Com ele partilho meus segredos, minhas lágrimas… e levo até aquele puxão de orelha para deixar a teimosia de querer ter controle sobre tudo. E há momentos em que a gente ri muito junto, porque também divido com Ele minhas alegrias. E Jesus sabia muito bem cultivar a alegria. Afinal foi numa festa onde ocorreu seu primeiro milagre – vejamos as “Bodas de Caná” (João 2).

E mais: Jesus é formidável! Preciso dizer isso. Em suas peregrinações, quando era seguido por multidões, sempre soube respeitar e acolher as pessoas, em suas diferenças, em suas misérias. Corajoso, combatia as injustiças, abrindo os olhos do povo. Suas metáforas acertavam como flechas os planos dos poderosos.

Então para aqueles, cujo amor por Jesus brota dos exemplos descritos pelos evangelistas, que testemunharam sua espetacular trajetória, faz muito sentido abrir as portas dos seus lares, deixarem Jesus entrar e sentar-se à mesa para juntos celebrarem o Natal.

E que o Natal de Jesus seja uma bela festa não só regada a comes e bebes, mas que não faltem os ingredientes para uma vida melhor, que Ele tanto nos ensina, como paz, caridade, justiça, esperança e alegria.

E aí sim brindemos: Um Feliz Natal! Tim, tim!

Nota: A ilustração trata-se da obra “Adoração dos Pastores” do artista espanhol  Bartollomé Estebam Murtillo (1617 – 1682)