Eita coisa ruim

Pintura de João Timane - Moçambique

Navegando nos sites de notícias, leio uma reportagem sobre uma modelo branca norte-americana, casada com um cinegrafista negro. Ela conta que, na Itália, um homem cuspiu no rosto do seu marido. E por quê? Porque ele é negro. Outra matéria fala das ofensas raciais sofridas, por brasileiros, pela jogadora francesa Wendie Renard porque não tem cabelos lisos. E ainda a reportagem de um policial militar que é ameaçado de morte porque pediu o namorado em casamento.

Aí fico pensando como é suja, porcamente suja, uma pessoa que discrimina alguém por sua cor de pele, por sua preferência sexual e por outras coisas que fogem ao padrão que as mentes insanas de certas criaturas acabam concebendo.

Eita coisa ruim, esse negócio de preconceito! Acredito que todos nós temos que cuidar para que aquele sintoma de preconceito que existe em cada um não se transforme em uma doença que contamine nossas relações, nossa convivência pacífica com as outras pessoas.

Até porque as formas de preconceito podem se manifestar de inúmeras formas: pode ser contra negros, orientais, gays, héteros, anões, gordos, magros, albinos, nordestinos, orientais, deficientes, idosos, ativistas ambientais, sem terra, sem teto, cristãos, umbandistas, caipiras e por aí vai… haja lista!

Mas o fato é que o preconceituoso cria um padrão em sua mente doentia onde todas as pessoas têm de ter a mesma cor, o mesmo tipo de cabelo, a mesma condição financeira, a mesma média de altura, os mesmos pensamentos, os mesmos valores, os mesmos gostos, o mesmo credo… e o que é “diferente” desse padrão tem der ser colocado à margem da sociedade e até exterminado.

Se todas as pessoas que são escravas do preconceito parassem para refletir e buscassem uma forma de se libertar desse mal, certamente dariam uma contribuição enorme para a humanidade. Se em cada pedacinho do planeta, as pessoas se tratarem com mais respeito, tolerância e sinceridade, quem sabe essa atitude pode ir ganhando espaço e espalhando mais amor e menos ódio na fugaz aventura terrena.

E que assim, ao invés de perderem tempo se consumindo nessa coisa ruim, que é o preconceito, aproveitem mais o tempo para ser feliz e deixar os outros serem felizes também e jamais ser instrumento de agressão e tormento na vida de ninguém.

Nota: A ilustração é uma pintura do jovem artista moçambicano João Timane.